Declaração

Em Santa Maria, senador sugere renúncia da presidente Dilma

Marcelo Martins

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Defensor do trabalhismo e da educação, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) esteve, nesta quinta-feira, em Santa Maria, na região central do Estado. O pedetista veio ao município para participar do Salão de Inovação e Empreendedorismo, iniciativa da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), e falou sobre o tema "A construção de um sistema nacional de conhecimento e inovação".

Por pouco mais de 20 minutos, o senador, que já concorreu à presidência da República em 2006, disparou críticas contra a gestão da presidente Dilma Rousseff (PT). Quando questionado pelo Diário do momento delicado vivido pela gestão petista, o político sugeriu que as alternativas não são nada animadoras à Dilma:

– A renúncia é uma questão pessoal. Acho até que daria uma aliviado ao Brasil. Mas não vou sugerir isso. Eu, como senador, não gostaria de votar um impechament.

Brizolista convicto, o senador, que ficou conhecido em 2006 como "o candidato de uma nota só", defendeu investimentos maciços em educação e falou que o slogan de Pátria Educadora, jargão do segundo mandato de Dilma, é um deboche à sociedade.

Durante breve entrevista coletiva à imprensa, ele se mostrou preparado para disputar as eleições presidenciais daqui a três anos:

– Se o PDT quiser não tenha dúvida de que serei candidato. Sinto-me preparado para isso, mas não fico atrás disso (presidência) obsessivamente. 

No embalo das eleições, o senador se voltou para Santa Maria. O pedetista afirmou que sua agenda também tinha um propósito: o de alavancar a pré-candidatura do vereador e pedetista Marcelo Bisogno, que concorrerá à prefeitura no ano que vem. O senador adiantou, que em 2016, virá com frequência à cidade apoiar Bisogno.

Carta entregue à Dilma

O senador afirmou que o momento do país é delicado com o crescimento do desemprego, a inflação em alta e os cortes em áreas essenciais como, por exemplo, a educação. Por tudo isso, dois meses atrás ele disse ter entregue uma carta à presidente Dilma em que faz cinco sugestões:

– Primeiro, diga que não é mais do PT e diga que o partido é o Brasil. Segundo, faça um grande ministério, a exemplo de Itamar, sem olhar siglas e sem fazer loteamento da máquina pública. Terceiro, vá ao Congresso e faça um discurso em que reconheça seus erros. Quarto, diga que ainda lhe restam três anos de mandato pela frente e, quinto, peça ajuda a todos.

Leia, abaixo, a íntegra da entrevista concedida pelo senador ao Diário:

Diário de Santa Maria - O PDT defende o trabalhismo e a educação. Hoje, no governo federal se vive um déficit na criação de postos de trabalho e a Pátria Educadora, jargão do segundo mandato de Dilma, tem cortado recursos da educação. Como o senhor avalia a largada deste primeiro ano da presidente reeleita?

Cristovam Buarque - O governo Dilma não está diferente do que um imaginava que seria. Por isso, eu não votei nela. Apesar que o meu partido a apoiou. Nem por isso fiz campanha para outro candidato. A Dilma cometeu erros demais na política econômica. E eu a alertei. Inclusiva escrevi, em 2011, um pequeno livro chamado A Economia Está Bem, Mas Não Vai Bem. O PT não ligava, ela não ligava para isso. E a tragédia chegou. Hoje, temos um governo sem credibilidade, uma economia em forte recessão e uma crise que está se transformando em uma decadência do Brasil e reflete nas áreas da educação, da ciência, da tecnologia e com problemas ainda graves na segurança. E o governo que está aí não terá condições de reverter isso. A Dilma tem que mudar o governo dela e se transformar em uma espécie de Itamar (em referência ao ex-presidente Itamar Franco). Ele herdou um governo parecido com esse. O Itamar era do governo Collor e deu a volta por cima. Ele montou um ministério representativo da sociedade e fez um bom governo. Talvez a Dilma ainda"

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